O Que levou o Japão a atacar Pearl Harbor?
Com recursos naturais escassos e uma população em crescimento, o Japão há muito olhava para fora das suas fronteiras. Em 1931, anexou a Manchúria e em 1940 a queda da França deu-lhe um ponto de apoio no sudeste asiático, com a ocupação da Indochina francesa. O Japão via assim a possibilidade de se expandir na Ásia e no Pacífico.
Os japoneses sabiam que os Estados Unidos eram a única potência com uma presença militar suficientemente forte na Ásia para se opor aos seus planos expansionistas e a principio contavam manter os Estados Unidos, neutros, fora do conflito. No entanto, enquanto diplomatas tentavam a paz, os japoneses planejavam atacar a esquadra norte-americanos do Pacífico, que fora deslocada para Pearl Harbor.
Quando os EUA se recusaram levantar um embargo que ameaçava paralisar a máquina de guerra do Japão, os japoneses puseram o seu plano em ação. No mesmo dia atacaram Pearl Harbor, a Malásia, as Filipinas, Guam, Java, a Tailândia, Hong Kong, Bornéu e a fortaleza da ilha Wake. Em poucos meses, o Japão tinha alargado os limites do império e estabelecido um vasto perímetro defensivo na área do Pacífico. Ao paralisar a esquadra dos EUA, o Japão pensava salvaguardar os territórios recentemente conquistados.
Por Que os norte-americanos foram surpreendidos?
Meio século depois do ataque a Pearl Harbor, os investigadores descobriram uma espantosa série de erros que contribuíram para o sucesso do ataque-surpresa do Japão. Alguns historiadores tem mesmo especulado que Estados Unidos ignoraram deliberadamente avisos do ataque, a fim de que o Japão pudesse ser considerado agressor numa guerra que era considerada inevitável.
A culpa caiu inteiramente nos ombros do almirante Husband E. Kimmel, comandante da esquadra atingida, e do tenente-general Walter Short, comandante das forças terrestres no Havaí. Ambos foram declarados culpados pela “falta de cumprimento do dever” por não terem preparado defesas adequadas. Não havia, por exemplo, redes de torpedos para proteção dos navios de guerra. Apesar de ambos os comandantes terem recebido uma mensagem de aviso de guerra, de Washington, de 27 de novembro, nenhum deles tomou precauções defensivas. Um ataque a partir de porta-aviões parecia impensável – afinal de contas, o Japão estava a 6.400km de distância.
Kimmel e Short não foram, no entanto, os únicos a cometer erros. Graças à decifração dos códigos, em novembro o governo dos EUA sabia que os japoneses estavam planejando uma grande ofensiva. Em 5 de dezembro, sabia-se que comboios de navios japoneses se dirigiam para o sul do Japão. No entanto, ninguém pensou num ataque a Pearl Harbor. Mesmo quando os EUA detectaram um grande aumento de mensagens cifradas entre Tóquio e o Consulado Japonês de Honolulu, ninguém suspeitava qual seria o alvo.
Também se perderam mensagens devido a confusões burocráticas. Quatro horas antes do ataque de 7 de dezembro, Washington enviou um aviso para o Havaí, mas o telegrama chegou tarde demais. Quando os primeiros aviões japoneses foram detectados pelo radar na região norte de Oahu, não havia ninguém no quartel-general para receber o relatório do operador de serviço, pois os domingos no Havaí eram sempre dias de descontração. A sorte e a habilidade dos japoneses contribuíram para o resultado do ataque.
Como os Aliados ganharam a Guerra do Pacífico?
Abalados pelas perdas em Pearl Harbor, os Estados Unidos dedicaram grande parte de suas energias ao rearmamento de sua esquadra no Pacífico. Todas as suas embarcações de guerra, à exceção de dois couraçados afundados ou atingidos em Pearl Harbor, foram recuperadas e reequipadas.
Em 18 e abril de 1942, comandados pelo coronel James H. Doolittle, 16 bombardeiros B-25 decolaram do porta-aviões Hornet e atacaram Tóquio. Três semanas mais tarde, na Batalha do Mar de Coral, aviadores norte-americanos abateram, a aprtir do porta-aviões, cerca de 75 aviões japoneses e impediram um desembarque japonês na Papua-Nova Guiné. A batalha foi prejudicada plea perda do porta-aviões Lexington devido a uma explosão de vapor de petróleo. Contudo, a maioria da tripulação foi salva e a paralisação de dois modernos porta-aviões japoneses, colocados fora de ação durante meses, teve um efeito importante em operações futuras.
Em 1942, a renovada esquadra norte-americana no Pacífico, sob o comando do almirante Chester Nimitz, obteve uma vitória esmagadora sobre os japoneses em Midway, afuundando quatro porta-aviões e um cruzador pesado, e abatendo cerca de 275 aeronaves. Em três dias, a capacidade de ataque de longo alcance do Japão tinha sido efetivamente destruída. Os historiadores estão de acordo ao considerar que a Batalha de Midway, a primeira grande derrota do Japão, mudou o curso da Guerra do Pacífico. No ano seguinte, as forças norte-americanas, com o auxilio de das forças australianas, atacaram fortes japoneses no Pacifico Sul. Em meados de 1943, os Aliados tinham capturado Guadalcanal e outros postos avançados, incluindo Rabaul, na Nova Bretanha. A principal base do Japão na área foi desativada.
Os norte-americanos lançaram depois um ataque em duas frentes sobre as Filipinas, que os japoneses ocupavam desde maio de 1942. A esquadra norte-americana aproximou-se do Havaí e atacou as instalações japonesas nas ilhas Gilbert, Marshall e Marianas. Enquanto isso, o general Douglas MacArthur comandava uma investida ao longo da costa norte da Nova Guiné em direção às Filipinas.
Após algumas das mais sangrentas batalhas navais da guerra, MacArthur e as suas forças regressaram às Filipinas em janeiro de 1945. Tendo perdido Iwo Jima e Okinawa com um enorme custo de vidas – cerca de 131 mil mortos -, o Japão tornou-se vulnerável aos bombardeiros norte-americanos B-29. Na primavera de 1945, o exercito, a marinha e a força aérea japoneses tinham sido dizimados e os seus fortes dos Pacifico, invadidos.
Os ataques aéreos dos B-29 sobre Tóquio causaram ainda a morte de mais de 260 mil pessoas. Apesar disso, os japoneses recusavam-se a admitir derrota e render-se. Então, o presidente Truman foi informado de que uma alternativa há muito aguardada já estava disponível: a bomba atômica.
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