terça-feira, 9 de julho de 2013

Massacre de Katyn

O dia 3 de Abril, marca o inicio da eliminação física de dezenas de milhares de prisioneiros polacos pelo regime comunista soviético em 1940, no que ficou conhecido por massacre de Katyn, por ali ter sido encontrado o maior numero de cadáveres.

O assassínio de cerca de 27500 polacos, foi autorizado pelos dirigentes comunistas soviéticos no dia 5 de Março de 1941. Tradicionalmente o regime soviético, não produzia documentos oficiais sempre que era necessário matar os opositores políticos, dado que estes eram normalmente assassinados depois de ordens verbais.

No entanto, o massacre de Katyn constituiu uma excepção, dado que os documentos que autorizaram a execução foram objecto de uma análise por parte de grande número de dirigente do Politburo do Partido Comunista da União Soviética.

Ao contrário dos mais de 50 milhões de mortos cujo assassinato foi autorizado pelo Partido Comunista, o assassinato dos polacos, teve suporte documental.

Oficiais e intelectuais 

Quando a Alemanha Nazi invadiu a Polônia, tinha feito um pacto secreto com a União Soviética, no qual aquele país seria repartido entre nazistas e comunistas.
O exército polaco, optou por defrontar as forças alemãs e não ofereceu qualquer resistência às tropas soviéticas quando estas penetraram na sua fronteira leste, atacando os polacos pelas costas e sem qualquer oposição.

Muitos dos polacos que não se renderam aos alemães, retiraram para leste, onde preferiram render-se aos soviéticos. Porém todos os oficiais polacos que foram feitos prisioneiros ficaram nas masmorras russas à ordem da polícia NKVD. Sabe-se que a maioria foi enviada para os campos de concentração de Starobielsk, Ostaszkov e Kozielsk.

Com dificuldade, de entre os milhares de prisioneiros, alguns conseguiram fazer chegar cartas aos familiares na Polônia. Mas a partir de Abril de 1940, todo e qualquer contacto foi interrompido, e ninguém mais recebeu cartas. Os familiares dos militares polacos desaparecidos nunca mais tiveram notícias.


A maioria dos prisioneiros, era constituída por oficiais do exército, intelectuais e professores polacos, muitos deles oficiais do exército por inerência, pois estavam obrigados pela lei a fazer parte do exército.

Desta forma, o exército polaco incluía uma parte da intelectualidade daquele país e o seu assassinato foi visto como benéfico por parte dos comunistas soviéticos, dado se pretender «sovietizar» a área da Polônia entretanto ocupada. 

Documento de origem soviética que ordena a execução dos prisioneiros polacos

Em Katyn os russos assassinaram generais, almirantes, oficiais de média e baixa patente, soldados, professores, médicos, engenheiros e até mesmo escuteiros.

Ódio aos polacos 

Entre as explicações para o massacre levado a cabo pelos comunistas russos, está o facto de a Polônia ter feito parte do Império Russo até que a Rússia fez uma paz separada com o império alemão e se retirou da guerra em 1917. A «traição» russa, foi vista como um ato de cobardia que levou os países ocidentais a retaliar, apoiando o movimento anti-comunista. Com o apoio de países ocidentais, os polacos iniciaram uma guerra contra o regime bolchevique que entretanto se tinha implantado em grande parte da Rússia, vencendo as tropas comunistas e garantindo a independência da Polônia


A ponta do iceberg 

Na verdade, o massacre de Katyn pelo facto de ter sido assumido após a queda do regime comunista soviético tornou-se um símbolo do terror, mas é também uma ponta do iceberg das deportações levadas a cabo pelos comunistas na Polônia.
Calcula-se que quase 1.700.000 (um milhão e setecentos mil) cidadãos polacos tenham sido deportados da Polônia ocupada para os campos de concentração na Sibéria.
Nesses casos, tratava-se de camponeses a quem as terras foram roubadas, para permitir a socialização da agricultura. Os registos, como sempre foi tradicional no estado soviético não existem, pois as ordens eram dadas para se «limpar» uma área, não havendo documentos sobre o destino dos «indesejáveis».



Propaganda alemã

Curiosamente, as primeiras notícias sobre o massacre originaram da Alemanha, e foram utilizadas maciçamente pelos alemães para ilustrar a barbaridade russa. As imagens e a propaganda alemã, foram instrumentos importantes na recruta de soldados que os alemães levaram a cabo nos dois anos da fase final da guerra.

Katyn, ajudou a propaganda alemã na sua tentativa de transformar a guerra no leste europeu num conflito entre civilizações europeias.

Execução de prisioneiros: A maioria das vitimas foi morta com balas nas costas. O politico russo Vladimir Putin, proibiu todas as referências ao massacre já depois do ano 2000
Negação russa 

Os soviéticos negaram categoricamente que tivessem efetuado qualquer massacre e mantiveram essa afirmação até ao fim. Mesmo depois da morte do ditador José Estaline, cujos crimes foram tornados públicos por Nikita Krutchev, os atos de brutalidade cometidos pelo exército vermelho contra homens desarmados e prisioneiros, era demasiado violento para que o regime soviético revelasse a verdade.

Só depois do colapso da União Soviética, foram finalmente divulgados os documentos que comprovaram para lá de qualquer dúvida, que o próprio José Estaline, ordenou o assassinato dos oficiais e militares polacos.

No entanto, a brutalidade dos russos continua ainda hoje a deixar muita gente consternada e há na Rússia uma tendência, comandada pelo próprio presidente e primeiro ministro Vladimir Putin, que aponta no sentido de justificar os crimes e mesmo de os negar, afirmando que se tratou de maquinações dos alemães, que foi basicamente o mesmo argumento utilizado no tempo de Estaline.

Postado por: Jardel Olliveira
Fonte: http://www.areamilitar.net/HISTbcr.aspx?N=130

Nenhum comentário:

Postar um comentário